Presidente da Filtros Europa aos 26 anos - Manuella Curti

Fonte:www.projetodraft.com, por Fernanda Cury, em 12/01/2016

Manuella Curti: Toda transformação precisa de maturação e ajustes ao longo do caminhoA vida de empreendedor apresenta desafios inesperados, e para enfrentá-los, é preciso ter garra e muito jogo de cintura. Prova disso é a história de Manuella Curti, herdeira da fabricante de filtros de água Europa, que aos 26 anos assumiu a presidência da empresa sem aviso prévio, nem grandes preparações. Mas dia após dia ela superou obstáculos, aprendeu com seus erros e acertos, se fortaleceu, e seguiu em frente. Aqui, ela nos conta sua emocionante trajetória.

Como nasceu a Filtros Europa?

A Europa – Purificadores de Água foi fundada em 1984 pelo meu pai, Dacio Mucio de Souza e Antônio Carlos Camargo. No início não havia outros familiares no negócio. Os dois fundadores trabalharam na Editora Abril e se conheceram por intermédio de um amigo em comum. Na época, o encontro foi perfeito, pois descobriram a oportunidade que havia neste mercado aplicando o mesmo modelo comercial que era desenvolvido até então pela Abril, para vender seus fascículos e enciclopédias: a venda de porta em porta. A marca nasceu e se desenvolveu baseada neste modelo comercial, que logo se expandiu para todo o país, formando o que é hoje a nossa rede de distribuição exclusiva Europa, a qual vende e presta serviços aos consumidores em todo Brasil.

Quando você assumiu a empresa?

Em 2009, meu pai, com câncer há mais de 10 anos, era o diretor comercial e presidente da empresa e preparava meu irmão Dacio Jr, para sucedê-lo nos negócios. Mas após o natal daquele ano fomos surpreendidos com o assassinato do meu irmão. Meu pai, em choque, faleceu 6 meses depois. Neste meio tempo estive muito próxima a ele e à empresa, e comecei a me envolver com o negócio. Mas o processo sucessório foi repentino e intenso, tanto para a família, que perdia filho e pai, quanto para a empresa, que perdia sucessor e fundador em menos de um ano. Lembro que me reuni com minha mãe, minha irmã, e o sócio, Antônio Carlos Camargo, para decidirmos o que fazer. Contávamos com algumas alternativas: vender a Europa, contratar um executivo de mercado que assumisse o papel de presidente, ou algum sócio tomar a frente da gestão do negócio. Decidimos, até por conta do trauma recente das duas perdas, que o mais acertado seria ter um dos sócios a frente do negócio. Juntos definimos que eu seria a pessoa mais adequada para o momento da marca no mercado e que a partir de então eu me apoiaria nos outros sócios para que o negócio desse certo. Naquele momento precisamos confiar na estrutura que havia sido construída por meu pai e pelo sócio e passamos a olhar adiante, alimentando a visão de longo prazo. Quase 6 anos depois, vejo que esta estratégia me fortalece dia a dia, pois foi através dela que pude realizar uma série de inovações e aprendizados necessários para o negócio e para as pessoas que integram a equipe.

Você imaginava que participaria da vida da empresa?

Sou advogada formada na PUC/SP e pós-graduada em administração de empresas pelo Insper. Cheguei a trabalhar na empresa como estagiária de direito por 2 anos e depois que me tornei advogada logo fundei um escritório junto com um sócio para atender às demandas da empresa e de outros clientes. O escritório era quase totalmente focado em atender a Europa no início, o que me aproximou do negócio de certa forma, porém tendo um olhar limitado sobre tudo o que acontecia, no âmbito administrativo e comercial.

Quando você assumiu, como estava a Filtros Europa?

Passei a integrar a direção geral da empresa em março de 2011, após decisão colegiada dos sócios. Naquele momento a empresa tinha pilares importantes bem sólidos já construídos, pois é pioneira em tratamento de água residencial no Brasil. Além disso, apresentava grande potencial de crescimento a partir de algumas mudanças e inovações que iniciávamos a partir de então.

Como foi este início?

O início foi marcado por muita escuta, aprendizado e confiança de que tudo iria dar certo. O frio na barriga existe a quase todo momento para o empreendedor, principalmente quando você se vê na posição de dar continuidade a algo que foi construído há tantos anos e com tanto sucesso. O meu compromisso sempre foi o de assegurar a perpetuidade do negócio e da marca, garantindo seu crescimento e desenvolvimento a partir das pessoas que a integram, sempre alinhada às necessidades dos consumidores e do ambiente no qual nos inserimos. A superação dos desafios e obstáculos diários me fez perceber que é necessário se voltar para dentro de si e buscar sua força e sua autenticidade interior. Quando estamos conectados com a nossa essência, somos mais fortes e podemos exercer o nosso papel adequadamente.

Quais estratégias têm apresentado melhor resultado nesta trajetória?

Atravessamos um momento de transição no estilo de gestão, que passou a ser mais participativa. Para tanto, levamos em consideração a construção e consolidação de uma visão clara de longo prazo, a revisão dos processos e o cuidado com as pessoas no que diz respeito ao desenvolvimento pessoal e profissional neste ambiente. Escolhemos fazer isso observando a pureza na forma de nos relacionar com o outro e com o mundo e acreditando que o caminho que elegemos para fazer negócios pode contribuir ativamente para a construção de um mundo cada vez melhor.

Como você fez a transição dos revendedores de porta em porta para os pontos de varejo?

Temos distribuidores espalhados em todo o território brasileiro, o que faz com que entendamos que vivemos em um país cheio de diversidade e que exige adaptações de praça para praça. Em cada região do Brasil, os consumidores têm hábitos e atitudes muito peculiares e distintos entre si. Além disso, as condições de saneamento também são muito específicas. Por isso, temos, até hoje o modelo porta a porta funcionando em muitas cidades de menor porte, como Gaspar (SC) e Cascavel (PR). Os pontos de venda surgiram primeiro nos grandes centros, mas já estão presentes também em cidades menores.

Quais aprendizados você teve ao longo desta trajetória?

Durante o processo de transição aprendi que é necessário entender os ritmos que podem e devem ser imprimidos. Muitas coisas não mudam de imediato, e exigem que tenhamos foco, disciplina, ritmo, acompanhamento e muita perseverança. Toda transformação precisa de maturação e ajustes ao longo do caminho até se mostrar acertada.

Na sua visão, qual foi o “segredo do sucesso” na história da Filtros Europa?

Acredito que o maior acerto tenha sido o pioneirismo no segmento de purificação de água, com um produto de qualidade superior e praticidade versus o que havia até então no mercado e, principalmente, o modelo comercial que foi implementado desde o início do negócio.

Para saber mais:

Filtros Europa: www.europa.com.br

O que faz: Purificadores de água e Filtros de Entrada que asseguram a qualidade da água por meio de alta tecnologia.

Sócios: Manuella Curti de Souza, Sueli Curti, Nathalia Curti de Souza, Antonio Carlos Camargo.

Funcionários: 350

Sede: Guarulhos

Número de unidades da rede: 170 distribuidores exclusivos em todo Brasil e mais de 500 pontos de venda

Início das atividades: 1984

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