Alzira Ramos, fundadora da Fábrica de Bolos Vó AlziraEm 2007, Alzira Ramos, 75 anos, tinha sido demitida do buffet em que era recepcionista e não conseguia se recolocar no mercado devido à sua idade. Depois de décadas trabalhando no ramo de festas, estava sem trabalho. A ideia de negócio que transformaria sua vida acabou saindo de um bolo que aprendeu a fazer assistindo à TV.

Na época, Alzira preparou para o marido, Cláudio Ramos, um bolo de iogurte baseado em uma receita que vira em um programa da apresentadora Ana Maria Braga. Deixou o doce na lanchonete de um amigo, para que o cônjuge o pegasse depois. No entanto, o comerciante entendeu errado o pedido: em vez de entregar o bolo ao marido da empreendedora, resolveu fatiar e vender o produto. A iguaria fez tanto sucesso, que a lanchonete encomendou mais. E Alzira enxergou uma oportunidade de empreender. Pouco depois, em 2008, decidiu ocupar parte do pequeno comércio de artigos para carrinhos de pipoca que o marido tinha e vender seus bolos.

Em 2009, a primeira loja da Fábrica de Bolos Vó Alzira foi inaugurada, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Já no lançamento, vendeu 1 mil bolos no mesmo dia. Oito meses depois, Cláudio desenvolveu e implementou o uso de um mix pronto para bolos, com ingredientes secos e sem conservantes ou essências.

Segundo a empresa, um bolo grande leva em média 15 minutos na batedeira e de 25 a 35 minutos no forno. As lojas deixam os discos de massa assados para que recebam, a partir do pedido do cliente, recheio e cobertura. "O franqueado recebe o mix de ingredientes seco. Um saco de 3 kg rende seis bolos grandes (de 900 gramas) ou 12 bolos pequenos (450 gramas). Eles são a base para todos os sabores", afirma Fábio Paiva, gerente de marketing da Fábrica de Bolos Vó Alzira.

Foi a criação dessa mistura que permitiu que, em 2013, a marca formatasse um modelo para expansão por franquias, sob a batuta de Alexandre Martins, filho de Alzira, que hoje é o presidente da rede e acionista controlador do Grupo Z+, holding que abarca a Fábrica de Bolos Vó Alzira, primeira marca do grupo, o Café Vó Alzira e a rede Grão Espresso.

Três anos depois da sua fundação, em 2016, a Fábrica de Bolos atingiu 100 unidades. Hoje, a marca tem 300 lojas espalhadas pelos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Delas só uma é própria, no bairro carioca de São Cristóvão, também na zona norte do Rio. "Dona Alzira cuida pessoalmente dessa unidade. Ela faz muita questão de seguir participando do negócio", conta Beatriz Couto, diretora-executiva do Grupo Z+, que abarca a Fábrica de Bolos Dona Alzira.

Toda a produção do mix de bolos — 128 mil quilos por mês — sai da Misturex, uma fábrica própria do Grupo Z+, no Espírito Santo.

Os bolos mais caros da Fábrica são os da linha de festa premium, com duas camadas de recheio e cobertura. A unidade grande, de 1,8 kg, sai a R$ 99,90, e a pequena, de 1 kg, a R$ 74,90. Os sabores disponíveis são baseados em bombons e doces populares: Serenata do Amor, Charge, Alpino, Ovomaltine e Nutellino (Nutella), além do sabor Frutas Vermelhas.

A Fabrica de Bolos Vó Alzira também faz bolos mais simples, como os clássicos de laranja, fubá e milho. A unidade pequena, com cerca de 500 grama custa R$ 20, e a unidade grande, de quase 1 kg, sai por R$ 32. A Fábrica também vende fatias de bolo e bolo no pote, a partir de R$ 6,90 e R$ 9,90, respectivamente, e cupcakes, por R$ 8.

Manter a qualidade e os preços baixos são um esforço frequente na rede. "Assim como a agilidade na produção, a acessibilidade também faz parte da alma no negócio. A vontade de Dona Alzira sempre foi fazer produtos que todos tivessem condições de comer. Ela detesta que a gente fale sobre aumento de preço", diz Couto. "A filosofia da Fábrica de Bolos Dona Alzira é bolo para todo mundo, toda hora."

Para manter os preços baixos sem mexer na qualidade dos produtos, Couto explica que as otimizações são feitas na operação e na logística de produção e entrega do mix.

O foco da marca atualmente é expandir no estado de São Paulo, onde fica o maior mercado consumidor do país. Uma unidade da rede tem investimento a partir R$ 147 mil. O faturamento mensal médio, segundo Couto, gira em torno de R$ 65 mil.

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