Do quintal para o mundo a trajetória da fundadora da Br Goods - Beatriz Cricci

Fonte: www.revistapegn.globo.com, por Fabiana Pires, em 19/02/2017

Beatriz Cricci, fundadora da BR GoodsBeatriz Cricci começou a sua empresa, a BR Goods, no quintal da casa do pai, em Indaiatuba, interior de São Paulo. Foi lá que ela fabricou as primeiras cortinas para box que deram origem a um negócio que faturou R$ 6 milhões no ano passado e que tem entre seus clientes o hotel Copacabana Palace e os hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e a rede D’Or. A empreendedora contou sua história durante palestra na Feira do Empreendedor do SEBRAE-SP, que ocorreu entre 18 e 21 de fevereiro, no Parque Anhembi, em São Paulo

Tudo começou quando a empreendedora decidiu fazer ela mesma as cortinas para o banheiro da casa de praia da família. “Eu havia tentado comprar, mas achei tudo muito caro. Aí decidi fabricar sozinha”, disse ela, durante o evento. Comprou o tecido, aprendeu a cortá-lo e, uma vez que o produto ficou pronto, os amigos começaram a fazer encomendas. Até que um deles sugeriu que Beatriz começasse a vender para o varejo.

Na época, ela trabalhava como gerente contábil em uma empresa de navegação. A empreendedora gostava do emprego, mas já planejava empreender para passar mais tempo com os filhos. “Eu fui com a cara e a coragem bater na porta de lojas para apresentar as minhas cortinas”, disse ela. “Na primeira delas, eu cheguei a dar 10 voltas no quarteirão antes de entrar porque estava muito nervosa.” O nervosismo, ela descobriu depois, foi à toa: saiu de lá já com pedidos do novo cliente.

Quase 16 anos depois, a BR Goods hoje atua produzindo cortinas e outros produtos nos ramos hospitalar, de decoração e hoteleiro. A empresa, que saiu do quintal do pai da empreendedora, hoje possui uma fábrica num galpão de mil metros quadrados em Indaiatuba. Beatriz também se aventurou no exterior e, hoje, vende para 10 países além do Brasil. Durante a palestra, moderada pela diretora de redação de Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Sandra Boccia, ela compartilhou algumas lições que aprendeu ao longo dessa trajetória. Veja a seguir:

1. Empreendedor tem de estudar e se informar

Quando ainda estava produzindo cortinas no quintal do pai, Beatriz viu seu negócio começar a ganhar proporções que ela não imaginava. “Quando eu era executiva, achava que eu sabia muito. Então, eu virei empreendedora e vi que sabia muito pouco”, disse. Ela procurou o Sebrae-SP, onde fez diversos cursos sobre a gestão, finanças, marketing e vendas . “Eu sou filha do Sebrae, fiz todos os cursos que eles ofereciam.” A fundadora da BR Goods diz que também sempre procura palestras, workshops e revistas de negócios para se informar, saber o que há de novo no mercado e aprender sobre as melhores práticas para a empresa. “Tem informação em todo o lugar, mas é importante o empreendedor buscar fontes confiáveis no mercado para aprender sobre negócios.”

2. É preciso conhecer um pouco de tudo

Contratar um advogado e um contador para a empresa é importante, mas cuidado para não deixar tudo nas mãos dos profissionais. “O empreendedor não precisa ser um expert no tema, mas tem de saber o suficiente para conseguir conversar com o advogado ou contador e não ser passado para trás”, diz Beatriz.

3. Escolha um sócio profissional

A empreendedora diz que, na hora de escolher um sócio, o mais importante é pensar no que aquela pessoa pode agregar ao negócio. Aqui, ela aconselha: família e amigos valem, mas só se forem profissionais. “Você não pode escolher um parceiro de negócios que não vá contribuir para o crescimento ou melhora da empresa. Essa pessoa precisa ter alguma especialidade que você não tem”, disse ela. Outra recomendação é fazer um contrato de sociedade que determine exatamente qual a participação de cada um na empreitada e que já determine o que irá acontecer caso algum dos sócios decida sair da empresa. “Eu tive duas péssimas experiências com sócios: um deles roubou a minha idéia e abriu uma concorrente e o outro quase afundou a empresa”, disse.

4. Alguns mercados simplesmente não são para você

Ao longo da história da BR Goods, Beatriz envolveu-se em nichos que desconhecia e acabou tendo bastante sucesso – é o caso por exemplo do ramo hospitalar, cheio de requisitos e exigências para os produtos, e o hoteleiro, que pede certa estética e muita qualidade nos itens. Quando tentou empreender na área de moda, contudo, a história foi diferente. “Eu não conhecia o mercado e descobri tarde demais que não tinha o perfil para empreender nele”, contou. A empresa passou por momentos turbulentos durante essa época e Beatriz ficou endividada como nunca havia ficado antes. “Foi uma boa lição. Me mostrou que eu preciso ter um foco, um plano e saber exatamente para onde estou indo e que resultados posso esperar.”

5. Seja honesto nos momentos difíceis

Quando a empreitada no ramo de moda fracassou, a BR Goods começou a atrasar o pagamento de fornecedores. “Eles me ligavam cobrando e isso me deixava muito triste e ansiosa.” Até que ela decidiu qual seria sua estratégia diante do momento de crise: iria contar a verdade. “Eu liguei para eles, um por um, e contei tudo o que havia acontecido. Falei que precisava de mais tempo para voltar ao caminho certo, mas que iria pagá-los”, diz a empreendedora. “Acho que ser totalmente honesta funcionou porque, depois de ter falado tudo isso, eu ainda pedi mais tecido e material para vender e sanar as dívidas. E eles enviaram.”

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