A mulher que faz o Rock in Rio ser um sucesso no mundo - Roberta Medina

Fonte: Revista PEGN, por Marisa Adán Gil, em 09/10/2015

Roberta Medina lidera uma equipe de 16 mil colaboradores1 bilhão de espectadores na TV e na internet. 11 milhões de seguidores nas redes sociais. 70 empresas parceiras. 640 produtos licenciados. 120 mil hambúrgueres, 75 mil paletas e 27 mil cachorros quentes consumidos. Quando o assunto é Rock in Rio, o que não falta são números astronômicos. Com a mais recente edição, realizada entre 18 de 27 de setembro no Rio de Janeiro, não poderia ser diferente.

O que pouca gente sabe é que, por trás desses indicadores, está uma empreendedora: Roberta Medina, 37 anos, vice-presidente do evento, que também tem edições em Las Vegas (EUA) e Lisboa (Portugal) - o presidente é o seu pai, Roberto Medina, idealizador do primeiro Rock in Rio.

No comando da operação, Roberta lidera uma equipe de 16 mil colaboradores. “Não estou sozinha, somos cinco sócios trabalhando juntos”, diz ela. “Mas sou eu que represento o evento publicamente. Como já passei por todas as áreas, sei bem do que estou falando.”

Em entrevista exclusiva à PEGN, Roberta faz um balanço do Rock in Rio 2015 e fala sobre sua trajetória como mulher empreendedora. “Já enfrentei preconceito, claro. Mas acho tão patético que nem chego a ficar ofendida. Eu me divirto desmontando essa postura machista”, diz.

Como encara as críticas feitas à última edição do Rock in Rio?

Na nossa avaliação, foi um sucesso. Para mim, o que mais importa é a opinião do público, e a nota dada para o Palco Mundo foi 9,4, superior à de 2013, que foi 9,1. Além disso, 86% disseram que pretendem voltar na próxima edição. Em relação à organização, tivemos alguns problemas localizados, como a demora para pegar o ônibus no Terminal Alvorada no primeiro dia, ou as longas filas nos banheiros femininos. Mas, depois de 16 edições, já dominamos a expertise do festival e conseguimos resolver as questões com mais rapidez.

Além das filas, houve quem reclamasse da escolha das atrações, contestando a falta de novidades.

Para decidir quem convidaremos para o line-up, fazemos uma pesquisa de mercado e nos baseamos nisso. O público quer ver as bandas consagradas, ouvir as músicas que já conhece, cantar junto. Essa é a essência do festival. E são poucas as atrações que seguram um show para 85 mil pessoas. Mesmo assim, não ficamos só no óbvio, também trouxemos artistas fora do comum, como Gojira e Sheppard, por exemplo.

Você já enfrentou preconceito por ser uma mulher empreendedora?

Eu tive o caminho facilitado, já que foi o meu pai quem abriu as portas, quando me convidou para assumir o Rock in Rio em 2000. Mas claro que, sendo filha do chefe, a cobrança também foi maior. Sabe o que me ajudou? Desde o começo, o meu pai delegou toda a responsabilidade para mim. Não ficou na retaguarda, me ajudando a resolver os problemas. Então essa autonomia fez com que eu conquistasse o respeito da equipe. Se você é empreendedora, é fundamental que assuma o comando e não dependa de ninguém para tomar suas decisões.

Como lidar com um funcionário que adota uma atitude machista, por exemplo?

Uma vez, durante uma reunião com meu diretor de engenharia e dois funcionários espanhóis, um deles se recusou a responder minhas perguntas, só falava com o diretor. Eu o provoquei até que falasse comigo. Foi divertido desmontar a postura machista dele. Na maior parte das vezes, acho esse tipo de coisa tão patético que nem chego a ficar ofendida. Eu me divirto. Então meu principal conselho seria: não dê importância. Quer dizer, se alguém tem problemas com você, ele que vá para casa pensar nisso. Você não tem que dar atenção. Não fique fragilizada, nem ache que está em desvantagem. Não existe essa desvantagem.

O humor é a melhor resposta?

Nem sempre. Se você for comandar uma empresa onde toda a força de trabalho é composta por homens, e o nível de formação for mais baixo, por exemplo, pode ter problemas. É o caso de avaliar se vale a pena se colocar nessa situação. Se achar que vale, manda ver. Mas não tente imitar o homem, se fazer de forte. Você pode conseguir muito mais se usar as suas características femininas, como a doçura, a simpatia, a gentileza. Não vamos fazer como eles. Vamos fazer do nosso jeito.

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