Criadora e Criatura

Fonte: por Izilda Camargo

Quando um filho nasce, nasce também uma mãe.Quando um filho nasce, nasce também uma mãe.

Certamente essa é uma das frases mais batidas e rebatidas que existe em qualquer lugar do mundo. Mas a gente leva um tempo para perceber que uma mãe não cria um filho. O filho cria a mãe.

Tanto é verdade que existe mãe biológica, mãe do coração, existe mãe que na verdade é a avó, e existe pãe, o pai que faz papel de mãe. Isso para restringir ao círculo mais próximo.

Seja qual for o tipo de mãe entre essas citadas, ou outras, a criação de uma mãe se dá de maneira silenciosa e crítica, porque a (iludida) mãe acredita que ela está criando o filho.

Até certa faixa etária a (onipotente) mãe é capaz de decidir pelo filho o que ele vai fazer, o que ele vai vestir, aonde vai se sentar, como deve falar, com quem interagir.

É uma sensação maravilhosa, um poder supremo de cuidado e proteção que ninguém é capaz de substituir. Isso é o que pensa a (equivocada) mãe.

Um pouco mais adiante aquele pequeno ser, que é seu (mas, não o é), começará a escolher. E escolhe o que vestir, onde sentar, como falar, com quem sair. Sob protestos disfarçados de conselhos a (vigilante) mãe procura manter o norte traçado inicialmente, e vai perdendo um pouco o controle do timão deste barco maternal onde se pôs a navegar.

Não se engane, dias de tormenta virão. Como os tornados e furacões tem um nome e foram batizados única e simplesmente de Adolescência.

Num dado momento, na transição entre a delicada tormenta do adolescer e a confusa entrada na vida adulta, um pouco antes, ou quem sabe até um pouco depois, todo poder que cabe nessa entidade chamada mãe será questionado....por ela mesma.

Isso acontecerá quando seu filho for pego desprevenido, num momento de tristeza com o olhar apontando para o chão. Ela perguntará: “o que foi filho?", e ele vai responder: "nada".

A (onisciente) mãe saberá que a resposta correta é: "tudo!".

Com um pequeno e silencioso desespero nascido, criado e acorrentado entre o estômago e o esôfago ela usará de toda sua sabedoria, psicologia, diplomacia e se precisar, até um pouco de magia, para que aquele olhar mire novamente para o céu.

Então se dará conta, de que o filho disse a verdade. Aquele olhar é porque não há “nada”. Esse tipo de nada que acomete todo mundo uma vez ou outra. Nada, de coisa nenhuma. E por conhecer esse sentimento, naquele momento, a (impotente) mãe assiste num átimo de segundo toda sua certeza desmoronar.

E não haverá nada que ela poderá fazer, apesar de seu colo, seu amor, seu cuidado, sua vigilância, que impeça seu filho de amadurecer. - Que assim seja !

Então, essa criadora daquela criatura, ou vice versa, reaprenderá a ser.

Quando nasce um filho, nasce a mãe.

E dentro dessa pessoa comum, será criado um universo de ilusão, de onipotência, de enganos, de vigilância, de onisciência, de (auto) consciência de sua enorme impotência e virtudes tão diversas e valorosas que eu não saberia explicar, pois também sou uma mãe que ainda está sendo criada.

Amém!

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