Brasileira abre café na Noruega e encanta clientes - Joelma de Castro

Fonte: www.revistapegn.globo.com, por Carol Oliveira, em 31/01/2019

A ex-professora Joelma de Castro criou negócio de sucesso em uma cidade norueguesa de 18 mil habitantes.Foi em 2012 que a então professora Joelma de Castro Nordhagen decidiu deixar Santos, no litoral paulista, e se mudar para a cidade natal do marido, um norueguês com quem era casada há quase 20 anos.

Assim, com os dois filhos pequenos a tiracolo e sem falar uma palavra do idioma local, a família partiu para a pequena Mo i Rana, uma cidadezinha de 18 mil habitantes na Noruega, ao sul do círculo Polar Ártico.

E foi nesse pequeno e gelado paraíso norueguês que Joelma mudaria os rumos da carreira: a brasileira abriu no ano passado as portas do Brasil Barista, um café que levou os encantos e o bom atendimento brasileiro para pertinho da Aurora Boreal e que acaba de receber um prêmio local como melhor atendimento da região.

Com café vindo de várias regiões do mundo, receitas próprias de frappé e um cardápio variado que inclui toques brasileiros – como sobremesas de banana – Joelma conta que criou o Brasil Barista para suprir uma carência da região, que ainda não tinha uma boa cafeteria.

“Eles estavam acostumados a só apertar o botão de uma máquina”, conta a empresária, hoje com 41 anos.

Embora o cardápio não deixe a desejar, foi o bom atendimento e o espaço “instagramável” que se tornaram diferenciais para encantar de vez a clientela norueguesa.

Essa avaliação não surgiu do nada: Joelma teve a ajuda de alunas de administração para fazer seu plano de negócios e fez uma pesquisa de opinião com os moradores da região para descobrir o que os potenciais clientes queriam.

“Nos estabelecimentos daqui, é muito raro ter um garçom te servindo na mesa. E menos raro ainda um garçom que te dê “bom dia” ou ‘como você tá’”, conta. “Vi que faltava um espaço como esse.”

Por isso, no Brasil Barista, o espaço é pequeno, mas aconchegante. Há cadeiras confortáveis, decoração vintage e muitas plantas para suprir a falta de verde do lado de fora.

O café tem paredes de vidro e fica dentro de um shopping, mas, no verão, vai para a rua para ajudar os noruegueses, carentes de sol, a aproveitar o bom tempo.

Com o negócio feito sob medida, o sucesso foi quase instantâneo. “Nos primeiros dias depois da inauguração, eu não conseguia parar de atender para ir ao banheiro”, lembra Joelma. “Eu sabia que havia uma carência por um negócio como esse, mas não sabia que era tanta.”

Hoje, Joelma já é fluente em noruguês e trabalha com mais uma funcionária fixa, além de outras eventuais ajudantes que completam o time quando alguém da equipe tira folga.

Os funcionários aprendem desde o começo que, assim como no Brasil, o bom atendimento é a alma do negócio. Não à toa, na categoria de atendimento do prêmio Gallaria, vencido pelo Brasil Barista, a escolha foi dos próprios clientes, com votação por juri popular.

“Essa é mais uma confirmação de que o público abraçou a ideia. Fico muito honrada”, conta a empresária, em uma entrevista a PEGN logo após um de seus longos dias de expediente à frente do Brasil Barista.

De professora a barista

Ex-professora de português e inglês da rede estadual na região de Santos, Joelma não tinha experiência com empreendedorismo.

Ao se mudar para a Noruega, ela começou a trabalhar como uma espécie de assistente de professora na escola dos filhos, ajudando crianças falantes de português a se adaptar ao idioma.

Mas viu que não poderia fazer isso para sempre e foi incentivada pelo marido a abrir seu próprio negócio.

A primeira ideia foi vender cupcakes. Com esse projeto em mente, a brasileira foi fazer um curso de empreendedorismo. Lá, não só aprendeu técnicas sobre negócios, mas conheceu colegas que ajudaram imensamente no desenvolvimento da estratégia.

“Eles falavam: ‘ah, mas a pessoa vai comer cupcake com café? Por que você não abre um serviço de barista?’”, conta Joelma.

Com esses questionamentos, ela foi amadurecendo a ideia, até que o negócio deixou de ser cupcake. “E isso foi o que salvou o negócio, porque se fosse só vender cupcakes, eu tinha dado errado dois dias depois de abrir”, afirma.

O negócio atende sobretudo aos moradores locais, mas também recebe turistas, uma vez que a cidade de Joelma faz parte da rota do Círculo Polar Ártico na Noruega.

Apesar do sucesso relativamente rápido, Joelma conta que teve alguns percalços que a fizeram aprender muito sobre empreendedorismo. Um deles foi quando seu fornecedor de frappé — um café gelado e espumoso, comum em redes como o Starbucks — afirmou, em pleno verão, que o estoque havia acabado.

“Estávamos num período em que o frappé era muito vendido, por causa do calor. Sem fornecedor, fomos atrás da nossa própria receita”, diz ela. No fim, a criação foi um sucesso, e ajudou a dar um toque original no negócio.

Neste um ano de funcionamento, a empresária também teve ajuda da irmã, Joyce, que mora em Oslo, capital e maior cidade da Noruega. É Joyce a responsável pela construção da marca e os posts nas redes sociais da empresa – em uma cidade de 18 mil habitantes, ter mais de 1300 seguidores no Instagram é mesmo um sinal de popularidade.

Para 2019, a família já tem um novo projeto em andamento: passar a fazer happy hours no Brasil Barista e vender, além de café, cervejas.

Joelma conta que o processo para conseguir uma licença foi rigoroso, mas ela obteve a autorização e já está pronta para a nova empreitada.

No futuro, eles também pensam em abrir filiais do negócio em outras cidades. O plano é continuar levando o sorriso e o bom jeitinho brasileiros a mais pessoas pelo mundo.

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