Cresce número dos que usam Seguro Fiança
Segundo balanço divulgado pela Porto Seguro, houve aumento de 40% no número de contratos em 2006

O mercado de seguro fiança cresce acentuadamente a cada ano no País. Em 2006, somente a Porto Seguro, empresa que domina quase sozinha o segmento, registrou 40% de aumento no número de contratos. Por ano, movimenta cerca de R$ 30 milhões no Estado de São Paulo, segundo balanço divulgado esta semana.

Um dos motivos, segundo o diretor de Ramos Elementares da empresa, Adilson Pereira, foi o aumento da divulgação do serviço e suas vantagens. “As pessoas estão mais conscientes de que esta é a melhor opção entre as garantias. O proprietário não deixa de receber o aluguel e nem a administradora deixa de ter seus rendimentos em caso de inadimplência.”

Também houve uma sensível queda no custo da taxa de fiança, há cerca de dois anos. Mesmo assim, administradores alegam que, se o valor fosse mais baixo, seria capaz de atrair mais segurados.

Por enquanto, os locatários que optam pelo seguro fiança como garantia de pagamento do aluguel normalmente pertencem a alguns grupos específicos.

De acordo com Pereira, o principal perfil é de pessoas que chegam de outra cidade. “São estudantes, estrangeiros, empresários que não conhecem ninguém para pedir que aja como fiador”, afirma.

Outro grupo significativo é o de alta renda. “São pessoas que têm recursos para comprar, mas preferem manter o dinheiro aplicado em outros rendimentos, alugar um imóvel e não querem incomodar ninguém para ser fiador.”

Um perfil também bastante significativo é o de baixa renda, que paga aluguel até R$ 200,00. “Eles se valem da solidariedade da família para pagar o aluguel e o seguro e não têm conhecidos com bens que possam servir de fiador.”

A novidade, segundo Pereira, são os aluguéis de pessoa jurídica, que muitas vezes têm incluído no contrato a opção de seguro fiança.

Algumas administradoras também têm dado preferência ao seguro fiança: “Além de facilitar a negociação, grande parte dos proprietários hoje em dia nem sequer aceita mais o fiador e exige direto o seguro fiança”, afirma André Coutinho, diretor de Marketing da corretora Coutinho Amaral Seguros, empresa que está há 28 anos no mercado.

O preço do seguro pode variar conforme a cobertura. Na maior parte dos contratos feitos por meio de administradoras, é exigido um pacote que inclui, além do aluguel, o pagamento de encargos como condomínio, IPTU, contas de gás, luz e danos ao imóvel. Há casos em que o seguro cobre ainda multas rescisórias.

Muitas vezes, o público de jovens e solteiros também adquire facilidades como serviços de assistência 24 horas como chaveiro, reparos hidráulicos, elétricos e até desentupimentos, o que pode encarecer a taxa.

Cuidados

Ao optar pelo seguro fiança, entretanto, o proprietário e a administradora devem estar atentos. Segundo o advogado e diretor-jurídico da Associação das Administradoras de Bens e Imóveis (Aabic), Rubens Elias Filho, o recomendável é que se faça o controle para saber se os locatários estão renovando o seguro uma vez por ano. “Em caso de não renovação, pode haver rescisão do contrato”, afirma.

Fonte: Renata Gama - O Estado de S. Paulo - 07/03/2007