Ela criou o ElasBank, banco digital focado no público feminino - Hanna Schiuma

Fonte: www.valorinveste.globo.com, por Naiara Bertão, em 30/01/2020

Hanna Schiuma, idealizadora do ElasBank.Há dois anos, a vida da brasileira Hanna Schiuma virou de ponta cabeça. Morando há mais de 20 anos na Argentina, a historiadora de formação e sócia de um escritório de gestão de investimentos com o marido em Buenos Aires, começou a dedicar boa parte de seu dia às causas de empoderamento feminino, especialmente entre as fintechs, startups na área financeira. Ao mesmo tempo em que lança a ONG Rede Iberoamericana de Mulheres em Fintechs, organização que já nasce com apoio de 15 países, inclusive o Brasil, ela também desenvolve um banco digital com foco em mulheres aqui no país.

O ElasBank começará pela área na qual Hanna e seu sócio, Christian Zimmer, gestor de fundos quantitativos da gestora de fundos Giant Steps Capital, tem experiência: investimentos. Especialista em estratégias para fundos quantitativos e PhD em matemática financeira e métodos quantitativos pela Universidade de São Paulo, Zimmer trabalhava anteriormente na gestora do Itaú na mesma área.

Previsto para ser lançado ainda no primeiro semestre, a plataforma de investimentos, que vai funcionar como um robô que aconselha os clientes a aplicar seu dinheiro, já montando sugestões de carteira para seus objetivos financeiros. O valor mínimo de investimento ainda não está definido, mas Hanna conta que querem ter um produto bem acessível e estuda oferecer aplicações a partir de R$ 100.

Mas a ideia é não parar por aí e oferecer, aos poucos, outros serviços financeiros como cartão de crédito, P2P lending (empréstimo entre pessoas), conta corrente, carteira de criptomoedas, produtos para empreendedoras, entre outros.

“Nosso foco no público feminino é porque percebi em minhas atividades com mulheres que tinha uma demanda por um banco que conversasse melhor com as necessidades delas, que entendesse os momentos e fases de vida que elas passam, então desenhamos um banco digital com foco no público feminino”, conta Hanna.

Ela já tinha experiência na área de investimento por causa da empresa que ela e o marido administram na Argentina, a Prack Asset Management, gestora de fundos de investimento quantitativos.

Foi em um happy hour no ano passado com pessoas do mercado financeiro no Brasil – a empresa do casal presta serviços para gestoras brasileiras – que ela comentou com Zimmer sobre seu interesse em montar um negócio na área financeira para mulheres. Zimmer, que já estava pensando em aplicações para seu RoboBanker, um roboadvisor com algoritmos quantitativos, logo sugeriu uma parceria. Dessa conversa, surgiu então, a ideia de montar um banco digital para mulheres.

Depois de dezenas de conversas com potenciais clientes para descobrir o que as mulheres sentiam falta nas opções hoje do mercado, chegaram à conclusão que o problema estava mais na experiência com os bancos do que no tipo de produto que ofereciam.

”O banco, grosso modo, oferece soluções por faixa etária. Percebemos que as mulheres tinham necessidade de soluções que pensassem em seus momentos vitais, nas necessidades específicas para cada fase da vida. Uma mulher que esteja na faculdade e não tem filhos tem necessidades financeiras muito diferentes de uma da mesma idade que seja mãe solo. Queremos, por meio de tecnologia, oferecer soluções personalizadas e dinâmicas para esse público”, explica Hanna.

Por “dinâmicas”, a empreendedora quer dizer produtos que possam mudar quando a mulher muda de fase. No caso de investimento, a ideia é que a carteira sugerida mude conforme as clientes atualizem seus objetivos financeiros, o que é chamado no mercado de rebalanceamento. Para dar escala e rapidez a esse nível de sofisticação, os sócios apostam nos algoritimos do RoboBanker.

Por ora, os investimentos somam US$ 500 mil e vieram de sócios e amigos. Como o RoboBanker, tecnologia que será o centro da plataforma de investimentos já está praticamente pronta, Hanna está concentrada em contratar equipe e montar uma segunda área que será lançada em breve, a de conteúdo para os clientes.

“Nenhum banco se propôs a oferecer serviços de qualidade e ensinar as mulheres a fazer dinheiro e ter sucesso financeiro. Vamos fazer isso com produtos e a comunidade”, diz, ao comentar que além de textos e vídeos sobre temas que possam interessar as mulheres, ela também quer promover eventos presenciais e ter uma comunidade virtual em que as clientes possam trocar informações. “Dizem que as mulheres são competitivas, mas desde que eu comecei a me envolver com a causa de empoderamento feminino, nunca me negaram uma ajuda.”

Em paralelo ao ElasBank, Hanna também é cofundadora da ONG Rede Iberoamericana de Mulheres em Fintechs (Red Iberoamericana de Mujeres en Fintech), que será lançada no próximo dia 5 de fevereiro e já conta com o apoio de 15 países (incluindo o Brasil) e tem o objetivo de incentivar mais mulheres entrando em finanças e empreendedorismo na área financeira. O projeto conta com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da ONU Mulheres.

Segundo dados do estudo Fintech Deep Dive 2018, da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) e a consultoria PwC, apenas 7% das fintechs brasileiras foram fundadas por mulheres, e 93% dessas novas empresas de tecnologia e serviços financeiros estão nas regiões Sudeste e Sul do país (leia mais aqui).

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