Lady Gaga cancela show no Rock in Rio e seguro entra em cena

Fonte: www.valor.com.br, por Daniela Meibak, em 15/09/2017

O festival receberá 700 mil pessoas para assistir as mais de 150 atrações, ao longo dos 7 dias de duração.

O Rock in Rio teve início na sexta-feira, 15/09, em meio à materialização de um dos grandes pesadelos de organizadores de eventos musicais: o cancelamento de uma de suas principais atrações, no caso, a cantora Lady Gaga. Se para os fãs nenhuma justificativa serve de consolo, para a empresa organizadora esse tipo de contratempo com efeitos em custos envolvendo bilheteria, gerenciamento de crise, contratação de atração substituta e outros problemas potenciais é coberto com apólices de seguros contratadas previamente.

"Fazer eventos é trabalhar com imprevisto. Fazemos seguro de tudo e mais alguma coisa", comenta Roberta Medina, vicepresidente do festival, sem abrir o valor da apólice. O seguro foi contratado na seguradora Chubb através da corretora Aon Brasil.

O contrato feito pelos organizadores do Rock in Rio, que têm a expectativa de receber mais de 700 mil pessoas, prevê desde custos com danos corporais e materiais do público presente, perdas causadas por eventual cancelamento, condições climáticas, além de danos aos equipamentos. Midiã Borges, especialista no ramo da Aon Brasil, explica que o seguro contratado se divide em três blocos.

O primeiro, e mais completo, fica com a apólice de riscos de responsabilidade civil. "Esse seguro tem uma série de subdivisões e funciona para suprir as preocupações com imprevistos que poderiam afetar a reputação doorganizador. A cobertura vai desde a instalação até a desmontagem do evento, passando por coberturas de danos morais, acidentes com morte ou invalidez, até o fornecimento de alimentos e bebidas."

Além disso, explica, existe um seguro de acidentes pessoais focado em sinistros mais simples e rápidos que pode ser usado, por exemplo, para a indenização de um espectador que sofrer algum acidente mais leve. Existe ainda uma apólice de seguros gerais, que cuida da possibilidade de cancelamento do evento, não comparecimento de um artista, caso da Lady Gaga, objetos cinematográficos, equipamentos musicais e vai até à possibilidade de um problema climático.

Conforme afirma Juliana Santos, responsável pela área de seguro de entretenimento da Chubb, o processo demitigação dos riscos associados a grandes eventos começa sempre com um estudo feito por uma equipeespecializada de engenheiros. Nessa análise, são levantadas as chances de tumulto, queda de estrutura, incêndio, e uma apólice de seguros é proposta.

Dados da Associação Brasileira de Empresa de Eventos (Abeoc) mostram que o mercado de eventos cresce, emmédia, 14% ao ano no Brasil, com movimentação de recursos de R$ 209,2 bilhões. O tamanho do mercado de seguros voltado para o ramo, no entanto, é difícil de ser mensurado porque envolve vários tipos de seguros. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) não possui estatística específica para isso.

Atualmente, no Brasil essa contratação se limita a grandes eventos, sobretudo os internacionais, enquanto os menores, como congressos, exposições e até eventos esportivos seguem sem cobertura. Também não é grande o número de seguradoras que oferecem o seguro. A Chubb lidera esse mercado, e instituições como Allianz, Berkley, HDI e Tokio Marine também vendem esse tipo de apólice.

"No Brasil, verificamos a tendência de contratação entre os grandes eventos. Observamos, contudo, que os organizadores dos eventos pequenos e médios no país ainda não descobriram a excelente relação entre custos e benefícios oferecida pela proteção", diz Juliana, da Chubb. Midiã, da Aon, diz que é necessário uma quebra de paradigma, uma vez que o custo da contratação do seguro não chega a 1% do orçamento do evento.

A regulação passou por mudanças recentes em decorrência do incêndio na Boate Kiss, que há quatro anos matou 242 pessoas e feriu outras 680 na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Em março, a Presidência da República sancionou a Lei 13.425, concebida com o objetivo de evitar outra tragédia semelhante ao estabelecer normas mais rígidas em termos de segurança, prevenção e proteção contra incêndios em estabelecimentos frequentados pelo público. O novo regulamento ainda determina deveres específicos a serem seguidos por proprietários, autoridades públicas e profissionais.

Tramita na Câmara também um projeto de lei que torna obrigatório o seguro para eventos, de autoria do deputado Lucas Vergílio. Conforme o projeto, o seguro obrigatório oferecerá cobertura para danos pessoais em casos de incêndio, destruição ou explosão de qualquer natureza. A contratação ficará a cargo de organizadores de eventos artísticos, culturais e esportivos.

Lady Gaga, que sofre de fibromialgia, cancelou o show que faria na sexta-feira e a saída encontrada pelos organizadores foi repetir a apresentação do grupo Maroon 5, que acontece também no sábado. A organização do festival garante que irá reembolsar quem desistir de ir ao evento hoje. (Colaborou Daniela Chiaretti)

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